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A morte é uma ideia

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Quando mais nada fazia sentido, ouvi aquele choro... distante... quase um sonho... Mas, não... Para o meu desespero, os lamentos eram do cirurgião, que dizia aos prantos, indignado: "Perdemos o paciente; Volta! Volta! Claudemir! Respira! Por favor, respira, Claudemir! " No centro cirúrgico recobrei a consciência afim de assistir o epílogo daquilo que a vida me reservara. Pouco ou quase nada eu poderia fazer. Sem voz e com as mãos amarradas balancei a cabeça lentamente para sinalizar ao médico, "Estou morrendo!" Naquele instante, a morte já havia varrido a superfície empedrada do meu ser. Eu apenas aguardava o desfecho trágico -  "Confesso, nutri uma certa dose de curiosidade para descobrir o que era aquilo: O que significava morrer." Estava bem próximo de descobrir, quando... Apesar do adiantado trabalho da morte, pensei: "Não posso me permitir morrer nesse momento" "Afinal havia muita coisa mal resolvida em minh...

A fila nossa de cada dia.

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Qual é a tua fila? Refiro-me a Creche, Escola, SUS, Justiça, INSS, Congestionamento, Moradia, Metrô, Ônibus, Desemprego, Aposentadoria, Penitenciária, Sopa nas madrugadas frias de São Paulo?  Qual é a tua fila? São tantas que se houvesse fila para exigir respeito muitos estariam nela por incrível que pareça.   Podemos atribuir essa fixação o status de politica publica. Todavia, para o cidadão, que trabalha e estuda; afirmando sua fé no futuro, pagando impostos exorbitantes a situação significa admitir também o próprio fracasso. Um vexame. Se pelo menos, a situação fosse compartilhada por todos, de agentes públicos a privados, pobre e ricos, seríamos lideres na pavimentação de um caminho possível para o amanhã entendendo não haver maiores problemas. Ocorre que esse, não é o caso. A falta de clareza está vinculada a multiplicidade de discursos desconexos dentre os quais, eu destaco a bizarra ideia, de que democracia por hora seria uma relação politi...

Desfinanceirização da pobreza: Fim do Estado de Bem Estar Social Para Ricos.

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A pobreza não é capaz de atrair para si outra coisa senão uma abordagem negligente que falseia a imagem da vulnerabilidade, ainda longe de uma deformação violenta, mas a caminho disso, que sorrateiramente define esta camada como infelizes, dignos de pena. Entregando-lhes ao filantro-capitalismo,  quando são avaliados apenas por teorias econômicas que a concebe pelo viés da insuficiência de renda, desconsiderando o grosso do problema que atinge toda sociedade. Sem o qual a pobreza simplesmente não existiria. Bastaria calibrar a percepção e observar a permanente tendência de financeirização das relações sociais para concluir, que pensar eticamente a pobreza também estaria fora de questão. Seria necessário portanto ampliar o conceito, limitado às questões econômicas para outras esferas, que implicam na emancipação política da sociedade , único contraponto viável a incrível regulação econômica da vida dos brasileiros. Temas como Educação, Saúde, Meio ambiente, Mobilidade urba...

500% a.a. - A desvalorização dos valores

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Ao consentir a exploração com base em 500% a.a. o governo justifica todas as atrocidades em território nacional; do banho de sangue dentro e fora dos presídios, a lama da Samarco que escorre via Caixa 2 ao Legislativo, Executivo e Judiciário. Sinaliza definitivamente que o símbolo de maior valor e prestígio para nação é o dinheiro. Dessa forma justifica a corrupção disseminada da qual fazem parte empresas, autarquias, fundações, no espaço público e privado, sem precisar se expor.  A ideia explicita, dinheiro como valor supremo, capilarizada nas relações sociais destrói o futuro. Logo, o pai deixa de fazer sentido na estrutura familiar, da mesma forma, nos tribunais, a justiça; na política, a ética. E, assim vai... Se concretiza a impressão de que não estamos submetidos ao governo, mas a um grupo de agiotas na usura sem limites cuja máxima se impõem, valida o entendimento de que, nada deveria ter mais valor para nós do que, o dinheiro deles. O mamon. ...

Democracia brasileira, plena na capacidade de cometer excessos contra o cidadão.

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Sonho de uma noite de verão, a democracia brasileira. Vivi o período do regime ditatorial brasileiro na Moóca, bairro de imigrantes, das vilas, dos cortiços e das festas religiosas. Enfim de gente decente e trabalhadora. Ali me criei entre a igreja de San Gennaro, o colégio Dom Bosco e a Escola Firmino de Proença. Tive uma infância boa, no entanto, fala-se muito mal daquela época, pudera, o discurso democrático 'impôs' certas reflexões inquestionáveis, como por exemplo, a conquista da liberdade. Não sei se pelo uso desgastado dessa idéia, confesso, a dificuldade para encontrar uma análise isenta, do regime militar e do atual regime, das liberdades democráticas.  Talvez essa ideia seja justificada parcialmente, a medida que 80% da população nasceu após a década de 70. Neste caso, mal sabem o que foi viver naquele período e, se sabem, sabem de ouvir falar. Mas a questão é, quem fala e por quê?   A primeira vista, seria absurdo questionar a liberdade, mas a...

Reforma Política: Aparência e Realidade.

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A mediocridade se torna lugar comum quando a Reforma Política reaparece de tempos em tempos para refazer o caminho de volta ao Congresso. Digo, mediocridade e covardia. Apesar de acompanhar inúmeras manifestações sobre o assunto nenhum debate sério foi promovido, apenas a mídia 'democrática' e um seleto grupo de iluminados pautam a Reforma Politica Ideal ambos com origem comum no lobby, por opções em listas fechadas, isso e aquilo.  Cujo objetivo fica atrelado a manutenção do status, longe de prover a sociedade de consciência crítica sobre tema tão relevante. Assim, distanciam o cidadão de questões de interesse nacional, relegando-os a marginalidade ao invés de incorpora-lo ao diálogo civilizatório, honesto onde a democracia de fato seja instrumento real e efetivo rumo ao progresso social. Votar não é sinônimo de democracia. Democracia é outra coisa. Emancipatória deve atender as expectativas daqueles que vêm, daqueles que ocuparam as ruas em junho de ...

Auschwitz: A auto insuficiência do SUS.

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A cada novo governo, a cada novo ministro da Saúde, tenho a impressão de que vamos perdendo gradativamente a autocrítica. A cada eleição a classe politica especializa-se em atuar junto aos vencedores, que evidentemente não representa interesses sociais. Nessa circunstância, não pretendo apenas recuperar a critica, mas principalmente a autocritica. O que, não será difícil de entender. Pois a lógica de Auschwitz está inserida no projeto de dominação brasileira. Os artifícios aqui utilizados, ainda que em roupagens atualizada via inovação tecnológica, nada mais fazem que a eterna exploração dos problemas sociais. Problemas cuja abordagem tem a pretensão de apontar para massificação de doenças crônicas. Dessa forma espero contribuir na identificação de estratégias - insustentáveis do ponto de vista social - mantidas por grupos de interesses. Justamente porque a partir do leilão do Campo de Libra é possível observar o assalto aos cofres públicos via precarização da saúde da população...