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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Esperando Godot

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Quando a ordem legal se transforma em obstáculo para maior eficiência e qualidade no atendimento ao cidadão levanta-se a hipótese de reformas do aparelho do Estado. O que parece obvio. Todavia é preciso considerar, que mudanças na cultura administrativa não seriam suficientes para que certas contradições deixassem de existir na política brasileira. Refiro-me ao sistema legal vigente, cuja origem remonta a  Proclamação da Republica. Aclamado brasileiro do século, Ruy Barbosa  foi o grande organizador da Republica, além de autor da Constituição da Primeira Republica e primeiro Ministro da Fazenda. No entanto pesa contra o baluarte das ciências jurídicas do Brasil a exclusão da Constituição o direito a educação básica garantido no período imperial. (exceto para escravos) Portanto, o senhor Barbosa, coloca-nos diante da questão, se o expoente fundador da Republica foi capaz daquilo, o que esperar disso, as reformas em curso no Brasil? Consolidando-se a cada novo d

Em memória de Pôncio Pilatus.

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"Disse-lhe Pilatus: O que viestes fazer aqui, onde as pedras são menos duras que os corações desses homens, que têm na hipocrisia e soberba, valores, que os levam a desprezar a massa ignorante? Jesus, respondeu: Eu vim a este lugar testemunhar a verdade. Então me responda, O que é a verdade? ( Silencio)." Passados dois mil anos, os sinais reaparecem em novos modelos.  Dentre eles, o discurso de ódio perdeu espaço para a tolice, que agora cumpre a função do discurso de ódio e invade o nosso ser feito cócegas, então rimos. No mal estar da alegria as ideias tornam-se vagas e os argumentos rasos. "Uma pessoa cai, nós rimos. A mídia reproduz, nós rimos; reinterpreta, nós rimos; reinventa a cena, nós rimos. E ao recordarmos, rimos automaticamente." Eles fizeram uso primoroso disso para promover a infindável lista de Barrabás contra o único Cristo, o povo. E no  humor reside a terrível covardia. Sequencia diabólica de  rentistas,

Poesia da irremediável tristeza: Luto

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                                         Em memória de Satan * 16/01/2000 + 18/10/2016 Luto hora imprópria que não vence, morada impossível que me habita. No silêncio da casa pelas manhãs, o coração puro não bate mais. Aqui, a solidão é o chão que eu piso, as coisas que eu faço, o agora.  Nesta grande casa, feita de pequenas coisas acuso desvairado a sua presença. Fustiga-me o senso, intenso o brilho que o olhar cruza. Reclusa, nebulosa lucidez errante em face de sombrio espelho se desfaz. Extinto o tempo, insisto. Tu que me conheces tão bem, onde estás? Hesito. Atormentado o chamo pelo nome, o esconderijo preferido e puxo a conversa de todas as horas.  O silêncio comunica-me a loucura. Caio no abismo do tempo e saio porta afora. Volto, trago pães e imagens do destino, ando pela casa, faço café, bebo e choro. Rabisco impressões; Dissolve o sal, dissolve a forma, a primavera da vida, as ilusões e as relações. Choro a lagrima invisível, o abraço perdido, o be