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Poesia da irremediável tristeza: Luto

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                                         Em memória de Satan * 16/01/2000 + 18/10/2016 Luto hora imprópria que não vence, morada impossível que me habita. No silêncio da casa pelas manhãs, o coração puro não bate mais. Aqui, a solidão é o chão que eu piso, as coisas que eu faço, o agora.  Nesta grande casa, feita de pequenas coisas acuso desvairado a sua presença. Fustiga-me o senso, intenso o brilho que o olhar cruza. Reclusa, nebulosa lucidez errante em face de sombrio espelho se desfaz. Extinto o tempo, insisto. Tu que me conheces tão bem, onde estás? Hesito. Atormentado o chamo pelo nome, o esconderijo preferido e puxo a conversa de todas as horas.  O silêncio comunica-me a loucura. Caio no abismo do tempo e saio porta afora. Volto, trago pães e imagens do destino, ando pela casa, faço café, bebo e choro. Rabisco impressões; Dissolve o sal, dissolve a forma, a primavera da vida, as ilusões e as relações. Choro a lagrima invisível, o abraço perdido, o be