O Mínimo que Você Precisa Saber para não Ser um Idiota

O nosso futuro é fruto do passado, por isso, a repetição de consequências desagradáveis pode ser inferida pela repetição da forma de se fazer politica. No entanto, o agravamento da situação depende do aprimoramento da covardia de supostos heróis nacionais, que se revezam na trincheira politica.

Rui Barbosa, primeiro ministro da Fazenda republicano, fez uma Reforma Bancária visando uma expansão monetária de grandes proporções para atender as demandas crescentes de novos negócios. 

O plano econômico autorizou bancos privilegiados a emitirem notas lastreadas em bônus do governo. Manifestações contrarias ao privilegio levou o governo a admitir que outros estabelecimentos fossem credenciados e viessem a emitir dinheiro. Prontamente atendeu ao interesse da elite, facilitando ações desonestas e o descalabro que se registrou na Bolsa de Valores. (IPEA)

Com intenção de promover a industrialização e estimular a atividade econômica, o resultado foi um dos maiores surtos inflacionários do Brasil. Banqueiros e comerciantes, diante da instabilidade, fizeram grandes remessas de ouro para o exterior. A crise econômica não tardou. A queda da atividade econômica provoca desemprego, inflação, recessão e crise cambial. Os papéis negociados na Bolsa de Valores levaram à ruína milhares de pequenos investidores. (IPEA). Além de responsável pela Reforma Bancária, em ato continuo, Rui Barbosa, foi responsável pela redação da Primeira Constituição Republicana, Promulgada em 1891, a qual exclui o livre e gratuito acesso ao ensino garantido no Império e determina que os analfabetos não tivessem direito ao voto. 

Definidos gestão do conhecimento e capital, finalmente, Rui Barbosa, se desencanta com o sistema que ajudou implantar. Expatriado, escreve de Londres realizando comentários antirrepublicanos para o Jornal do Brasil. Nada mais atual.

Somente na Constituinte de 1934 convocada pela revolução de 1930 que foi reconhecido: A educação é direito de todos e deve ser ministrada pelas famílias e poderes públicos. Porém, o Golpe de 1937 pôs fim à vigência da Constituição de 1934, antes da votação do Plano Nacional de Educação. As inovações da Carta de 1934 foram restauradas na Constituinte de 1945, promulgada em 1946. Aí veio o Golpe de 1964 que embora dispusesse sobre a obrigatoriedade do ensino primário, não garantia a universalização do direito a educação. Devido ao brilhantismo de Rui Barbosa, a política de maior abrangência social do regime militar foi desenvolvida pelo MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetização. Chegamos ao final da década de 1960 com metade da população brasileira analfabeta. 

Embora a Constituição Cidadã de 1988 tivesse nome e sobrenome, pelo retrospecto podemos inferir o futuro. Ainda que o analfabeto tenha sido devidamente elevado a cidadão, rapidamente foi rebaixado a consumidor, em seguida a contribuinte, consumidor de serviços... sendo, finalmente, reduzido a um simples rastro, o estatístico.

Com a cidadania em acentuado processo de mutilação temos a impressão pelos meios de comunicação que a falência da previdência social é culpa daqueles cujas pensões não ultrapassa o minimo. Para a democracia de mercado a sociedade deve estar a margem das decisões, vivendo uma relacionalidade despovoada. Facilitando a vida dessa rede de canalhas que se articula em torno da má doutrina, apresentando o calculo corruptor por trás de um debate falso para idiotas.

Com pequena margem de indeterminação somos processo, embora continuemos responder como se fossemos cidadãos, somos o resultado de tendências; Previsíveis, somos o resultado antecipado de alguma coisa que não temos consciência. Sem vida emancipada, mutilada em suas potencialidades, mesmo assim o processo não cessa; O que estamos vivendo agora?

Quando já não há mais territórios a serem conquistados e metade do PIB mundial está concentrado nas mãos de 8 pessoas; O relativismo foi erigido, sistema, feito dogma e santificado como garantia de liberdade. Entretanto, precisamos reconsiderar o novo campo de batalha bem diferente do que se dava em outros espaços como no paragrafo anterior. Agora se lança guerra hibrida, a ideologia de gênero, por exemplo tem como oponentes a mente e o corpo. Nosso ultimo refugio.

É preciso ser suficientemente forte para entender o que está acontecendo. Calibrar a percepção e se questionar porque um Estado maculado por golpes, manipulado pela mídia global, saqueado pela corrupção e narcotráfico repentinamente se apresenta anti-nacionalista? Sustenta a farsa, sem que isso tenha sido o resultado da organização espontânea da sociedade, mas de um tipo de política vulgar fundada na neurose. A democracia capturada pelo lobby financeiro traz encapsulada a escravidão de excepcional capacidade de rebaixamento da condição humana. A vulgaridade é o verniz do canalha.

A cada novo expatriado a ganhar notoriedade na mídia -- formado na Universidade de Chicago, ou Harvard entre outras -- por dedicar-se a nobre causa neoliberal (empreendedorismo, aumento de produtividade, qualificação profissional, robotica, inovação tecnológica, inteligencia artificial) apoiando o esforço individual dos batalhadores brasileiros para vencer no mercado, propondo desoneração sobre folha de salários de modo a baratear o custo de mão de obra para o capital e assim aumentar o numero de postos de trabalho e impulsionar a economia, enquanto apoia a extensão do Prouni aos níveis fundamentais e médios do ensino a fim de dar aos alunos extração social, de baixa chance de ter acesso às escolas de excelência, hoje privadas. Alardeando a meritocracia como a única solução para o Brasil, dizima a Previdência Social.

Então, eu entendo mais e perfeitamente porque Anísio Teixeira foi assassinado.




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