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Mostrando postagens com o rótulo Cálice de Hígia

Auschwitz: A auto insuficiência do SUS.

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A cada novo governo, a cada novo ministro da Saúde, tenho a impressão de que vamos perdendo gradativamente a autocrítica. A cada eleição a classe politica especializa-se em atuar junto aos vencedores, que evidentemente não representa interesses sociais. Nessa circunstância, não pretendo apenas recuperar a critica, mas principalmente a autocritica. O que, não será difícil de entender. Pois a lógica de Auschwitz está inserida no projeto de dominação brasileira. Os artifícios aqui utilizados, ainda que em roupagens atualizada via inovação tecnológica, nada mais fazem que a eterna exploração dos problemas sociais. Problemas cuja abordagem tem a pretensão de apontar para massificação de doenças crônicas. Dessa forma espero contribuir na identificação de estratégias - insustentáveis do ponto de vista social - mantidas por grupos de interesses. Justamente porque a partir do leilão do Campo de Libra é possível observar o assalto aos cofres públicos via precarização da saúde da população

Um doente, um voto.

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Em apenas 12 anos a Amil chegou a 4° empresa de saúde do mundo, em grande medida devido a demora quase inexplicável  na votação da PEC-29. Foram anos de espera, a saúde pública agonizou, submetida a um sistêmico desfinanciamento, deixando de receber mais R$ 200 bilhões neste período.  Sempre que o governo federal dedica ao discurso oficial termos como, 'superavit primário', equilíbrio das contas públicas e 'governabilidade' quer disfarçar, milhões de mortes, doença e muita humilhação nas filas dos hospitais públicos, Simplesmente para privilegiar o mercado desta vez o eleito foi Edson Bueno controlador da Amil.  Poderoso empreendedor representante do refinado modo de exploração, que parte da precarização do sistema público de saúde, decididos por profissionais e parlamentares financiados por este lobby,  Como bem disse o líder da oposição no Senado meu ex-professor Ronaldo Caiado: "Claudemir, você não aceitou o financiamento deles, mas mui

A judicialização da insuficiência do Estado brasileiro. PEC55, Lista de Schindler, Ordem e Progresso.

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As circunstâncias pelas quais a crescente judicialização das relações sociais e politicas ganha espaço na mídia, produz a falsa impressão de que basta acionar o judiciário para que o art. 196 da C.F. se torne realidade.  Ainda que a mídia insista na cobertura de casos excepcionais a fila do SUS continua tão grande quanto os milhões de processos que se avolumam a espera de acolhimento na Justiça de 1a. Instância. Seria insensato, portanto propor a judicialização da justiça como solução às próprias demandas. Faria sentido? Ou seja, não são as leis, mas a falta de sentido que sustenta as frágeis relações entre sociedade e poder público. Evidentes na pretensão do magistrado em querer sanar a deficiência na prestação de serviço público de saúde a canetada, seletivamente. A Justiça torna-se interessante caminho para, em nome do interesse público, promover o enriquecimento de quadrilhas de advogados, médicos em associação com grupos de patologias. Tudo na forma da lei.  Nest

God Bless America

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Participei do encontro promovido pelo Instituto Sírio-Libanês, em São Paulo com Dr. Rafael Bengoa, assessor especial da Casa Branca para questões que envolvem o programa Obamacare. Desde o início confesso, esperava por uma abordagem mercantilista da Saúde Pública pelo ilustre convidado, já que estava diante do responsável pelo seguro saúde destinado à camada mais pobre do país berço do capitalismo mundial. Contudo, ao ouvi-lo fiquei surpreso, recebi com entusiasmo suas considerações por conta da visão social que sua abordagem trouxe sobre um tema bastante polêmico. Então pouco a pouco, as minhas inquietações sobre aquela visão de mundo se dissiparam e mudei o foco. Passei portanto a me questionar se o problema brasileiro, crônico na área da saúde não estaria na democracia de mercado sustentada pelo interesse privado via financiamento de campanhas, ou de maneira mais abrangente, não estaria no tipo de capitalismo em curso no país, desalinhado com o desenvolvimento social?  De

Saudável doença: O discurso do poder para uma sociedade doente.

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“A gente tem que dar um sentido que transcenda a triste realidade, porque se utilizarmos simplesmente os instrumentos colocados sairemos perdedores deste jogo." Falo sobre as condições indignas do serviço público de saúde, veiculadas "novamente" no Fantástico, da Rede Globo. As quais sistematicamente oscilam entre denúncias de corrupção e falta de gestão. Ou, entre, a falta de médicos e a falta de remédios. Ora isso, ora aquilo.  Entretanto, a corrupção não é consequência do caos, como sugere as reportagens, ao contrário, o caos é esconderijo da corrupção política. Daí, jogarem com imaginação da sociedade a todo instante, sem revelar o que escondem, isto é, a convicção na arte de manipular. Assim, o caos surge nas ilhas de edição da mídia e as denúncias inequivocamente omitem, a verdade, somos reféns de grupos interesses! O monopólio da comunicação  jamais gera esclarecimento, busca, ao invés, apaziguamento e a conformidade da sociedade, Tanto que reprisam a c

Como fazer da doença um mau negócio para o mercado?

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Segundo a OMS (2010) – Organização Mundial de Saúde, o Brasil têm: a) O dobro de médicos para atender sua população, sendo que 70% deles estão no serviço público de saúde. O Brasil possui 400.000 médicos, ou seja 1 profissional médico para cada 500 habitantes, desses, 280.000 estão vinculados ao SUS. b) O triplo de farmácias para atender sua população. c) 170 Faculdades de Medicina, sendo que, 50% começaram a funcionar recentemente, nos últimos 15 anos!  E, estas informações vêm de encontro aos questionamentos que pretendo expor.  Em primeiro lugar, a demanda acadêmica aquecida em fogo alto pede algumas reflexões, como por exemplo, o que estaria por detrás delas:  Que tipo de profissional está sendo formado? Estas novas Instituições estão aptas a fornecer formação de qualidade? As Faculdades tradicionais não seriam suficientes para prover o mercado com mão-de-obra qualificada? Em segundo, se o aumento significativo de médicos em uma década, não fo