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Mostrando postagens de maio, 2014

A judicialização da insuficiência do Estado brasileiro. PEC55, Lista de Schindler, Ordem e Progresso.

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As circunstâncias pelas quais a crescente judicialização das relações sociais e politicas ganha espaço na mídia, produz a falsa impressão de que basta acionar o judiciário para que o art. 196 da C.F. se torne realidade.  Ainda que a mídia insista na cobertura de casos excepcionais a fila do SUS continua tão grande quanto os milhões de processos que se avolumam a espera de acolhimento na Justiça de 1a. Instância. Seria insensato, portanto propor a judicialização da justiça como solução às próprias demandas. Faria sentido? Ou seja, não são as leis, mas a falta de sentido que sustenta as frágeis relações entre sociedade e poder público. Evidentes na pretensão do magistrado em querer sanar a deficiência na prestação de serviço público de saúde a canetada, seletivamente. A Justiça torna-se interessante caminho para, em nome do interesse público, promover o enriquecimento de quadrilhas de advogados, médicos em associação com grupos de patologias. Tudo na forma da lei.  Nest

Intervenção Militar no Rio de Janeiro? Acorda Amor, chame o Ladrão!

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Estive com o professor Mark Kleiman, consultor chefe do governo do Estado de Washington no Instituto Insper em São Paulo, que falou aos convidados no Fórum Estadão Brasil 2018. O professor abordou estratégias adotadas  para minimizar o problema causado pelas Drogas e Criminalidade nas cidades norte-americanas, Washington e Nova York, Para Kleiman a questão fundamental em qualquer politica na área de segurança não seria a luta contra as drogas, mas o controle dos efeitos colaterais do combate ao mercado ilícito das drogas, sobre a população, como por exemplo, a violência contra civis.  Entretanto, depois das palavras iniciais do ilustre convidado tive a nítida impressão de que o Brasil estava no caminho errado em suas políticas na área de segurança pública. Em primeiro lugar porque os enormes orçamentos destinados ao combate da criminalidade não estavam sendo aplicados corretamente. Isto é, combatemos indiscriminadamente traficantes sem que isso proporcione um aumento na sens

Venha morar no EUA!

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A questão sobre o mercado imobiliário americano foi levantada por Guga Chacra no Globonews em Pauta, embora Ricardo Amorim do Manhattan Conection, o explore tema há mais tempo. Guga, porque os brasileiros preferem a Florida para morar; Amorim como sempre obcecado com à tal da bolha imobiliária! Todavia, com base em dados do Tesouro dos EUA, revelaram algo espantoso, o investimento brasileiro no setor de imóveis na Flórida é da ordem de U$ 256 bilhões! Impressionante. Mas pararam por aí. Sem considerarem a causa do meu espanto. Ou seja, se houver outra bolha imobiliária nos EUA, o responsável será o judiciário brasileiro. Correlatamente ao consolidarem uma jurisprudência, síntese entre a Operação Lava Jato e Operação Ararath, que em consonância, formam a ampla, geral e irrestrita morosidade do judiciário brasileiro. Neste caso, a lógica jurisprudencial da injustiça seria a grande responsável pela recuperação do setor imobiliário americano. Desse processo que objetiva o

God Bless America

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Participei do encontro promovido pelo Instituto Sírio-Libanês, em São Paulo com Dr. Rafael Bengoa, assessor especial da Casa Branca para questões que envolvem o programa Obamacare. Desde o início confesso, esperava por uma abordagem mercantilista da Saúde Pública pelo ilustre convidado, já que estava diante do responsável pelo seguro saúde destinado à camada mais pobre do país berço do capitalismo mundial. Contudo, ao ouvi-lo fiquei surpreso, recebi com entusiasmo suas considerações por conta da visão social que sua abordagem trouxe sobre um tema bastante polêmico. Então pouco a pouco, as minhas inquietações sobre aquela visão de mundo se dissiparam e mudei o foco. Passei portanto a me questionar se o problema brasileiro, crônico na área da saúde não estaria na democracia de mercado sustentada pelo interesse privado via financiamento de campanhas, ou de maneira mais abrangente, não estaria no tipo de capitalismo em curso no país, desalinhado com o desenvolvimento social?  De

Qual é a tua fila?

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Qual o sentido de um modelo de gestão em saúde; concentrador que não consegue atender adequadamente as demandas da população local? Acompanhe a lógica: Perceba como as questões que envolvem a saúde estão ocupando espaço cada vez maior em nosso dia-a-dia. Basta ligar a TV. Apesar de recursos destinados a programas de saúde serem aumentados, dobrados, redobrados:  #Maishospitais, #maismédicos, #maisremédio, notamos a massificação de doenças crônicas, tais como o Câncer e Hepatite C.  Esse é o ponto obscuro da gestão do sistema, no qual interesses nada republicanos imperam acima dos interesses da sociedade. Logo podemos concluír que a doença é supostamente meio eficaz para o sequestro das economias de um país, na forma da lei, pois democraticamente ela nivela todos ao reino da necessidade deles. Deles quem? Vale lembrar, porém que o:  * 1º mercado mundial é o de armas;  * 2º é do petróleo; * 3º é de saúde.  Entre eles há uma sinergia própria, juntos buscam por r

Pensamento, aborto e fé, segundo Simone e Zilda.

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“ AS MULHERES SÃO ACUSADAS DAQUILO DE QUE SÃO VITIMAS ” Para falar da experiencia que eu tive com Zilda, poderia iniciar com palavras duras se a minha intenção fosse o confronto radical com aquele grupo. No entanto decidi não pagar na mesma moeda assumindo, ao que me parece, uma tarefa fadada ao fracasso. Ao evitar o mesmo nível da agressão a qual fora vitima, considerei o silencio a atitude sensata para dar conta provocações. Ouvi atentamente: "Elas que morram!" Estas foram as últimas palavras que ouvi de Zilda Arns. E partirei delas. Últimas palavras dentre outras impublicáveis. Essa atitude, aliás, reforça a tendência de moralização religiosa recobrindo ocupações da vida privada. Nada mais que uma reserva de mercado justificada na ideia de que o outro é uma oportunidade de negócio bem mais interessante do que um verdadeiro elo social como de fato deveria ser. Eis.  Ainda que considerasse o excesso, hoje entendo claramente o significado daquelas pa

Direitos Humanos no Brasil

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O impensável. O absurdo. O imoral. O ilegal. Em memória de Ruth. A forte política de eugênia positiva em curso no país, cuja origem vincula-se a necessidade de expansão da base de consumo, promoveu a incorporação de um contingente equivalente a população da França e Alemanha juntas em apenas 40 anos! Ou seja, com 1/7 da população chinesa, o Brasil tem crescimento vegetativo maior que o país mais populoso do mundo. Por quê? Ainda que neste período surgissem novos equipamentos públicos e infraestrutura na educação, saúde, transporte e habitação, nada poderia acompanhar a avidez por novos consumidores-contribuintes. Tanto que, nesse processo aprofundamos a crise social e assumimos com naturalidade indicadores sociais terríveis.  Logo a insensibilidade coletiva, seria a resposta ao abandono que o Poder Público promove ao implantar políticas públicas ineficazes. Assim o Governo reforça o assistencialismo e transfere responsabilidades exclusivas para o terceiro setor. Livra-se, po

Glória à Deus nas alturas!

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Naquele corredor me dei conta... estávamos próximos novamente, dali podia avistar o quarto. A medida que seguia ao seu encontro o mau cheiro ficou insuportável, mesmo assim continuei preparado para o pior.  Ao chegar abri a porta lentamente e perguntei por Glória. Sim, era ali! Responderam.  Ela me aguardava!  Finalmente, autorizado, entrei. Por mais que tentasse me prevenir, foi tudo em vão.  A cena impossível de se imaginar.  Diante de mim; cinco, seis macas, desarrumadas, coladas umas nas outras, ocupadas por seres humanos em condições sub humanas.  Estavam acomodadas naquele pequeno cômodo, sem janela ou ventilação, o que em parte ajudava a explicar o mau cheiro.  Passei rapidamente os olhos pelo quarto da enfermaria a procura dela, enquanto me desvencilhava das macas.  Naquele momento senti o fracasso, que veio como um profundo mal estar. A condição daquelas mulheres era de cortar o coração, por isso entristeci.  Então, me questionei em