Auschwitz: A auto insuficiência do SUS.



A cada novo governo, a cada novo ministro da Saúde, tenho a impressão de que vamos perdendo gradativamente a autocrítica. A cada eleição a classe politica especializa-se em atuar junto aos vencedores, que evidentemente não representa interesses sociais. Nessa circunstância, não pretendo apenas recuperar a critica, mas principalmente a autocritica. O que, não será difícil de entender. Pois a lógica de Auschwitz está inserida no projeto de dominação brasileira. Os artifícios aqui utilizados, ainda que em roupagens atualizada via inovação tecnológica, nada mais fazem que a eterna exploração dos problemas sociais. Problemas cuja abordagem tem a pretensão de apontar para massificação de doenças crônicas.

Dessa forma espero contribuir na identificação de estratégias - insustentáveis do ponto de vista social - mantidas por grupos de interesses. Justamente porque a partir do leilão do Campo de Libra é possível observar o assalto aos cofres públicos via precarização da saúde da população brasileira.

Inicialmente, cabe destacar que, estas patologias são de conhecimento de todos, fazem parte da série histórica de indicadores da saúde publica, porém sem publicização necessária de uma interpretação oficial que dê respostas substanciais a extrema vulnerabilidade a que estamos submetidos. Esse lugar, no entanto, revela a coexistência pacifica, entre saúde publica e grupos de interesses - que exploram o medo, a dor e a doença. Com uma intensa produção de políticas públicas contrarias ao interesses coletivo.

Daí, sem o compromisso radical construído na convivência da realidade política, estamos na capa falsa da neutralidade expressa em leis brasileiras. Ou seja, a falta de informação seria o instrumento fundamental da participação precária, vitimas úteis de um sistema politico anti-democrático. Ambiente propicio para o comprometimento da saúde, por setores altamente reguladores, que atuam de acordo com normas estabelecidas pela Anvisa.

Nesta perspectiva o mercado global de saúde se vale dessas formalidades instrumentais possíveis, sobretudo no consumo involuntário, expressas na lei. Pesticida, açúcar, sal, hormônio, antibióticos, transgênicos e corantes entre outros. Lusco-fusco indexados no discurso da "inovação tecnológica" que supostamente favoreceria a cura ou tratamento de doenças. Numa nova vida para todos a palavras chaves para fixarem-se no poder.

Daí a popularização de conceitos e de um vocabulário específico que visa facilitar a aceitação do modo de reprodução não espontâneo, cujo objeto traz implícito a estabilidade de demanda para a indústria fármaco-química. A esse processo de aculturação e perda de traços significativos denominei Auschwitz tupiniquim.

Que após estabelecer as bases territoriais para confinamento ideológico, em seguida se vale do mundo acadêmico, econômico e político, para gradualmente desconectar as causas e consequências transformando a doença em processo mágico.

Portanto, o Câncer, a Hepatite C, a Aids, a Infecção hospitalar, são evidências da proveitosa atuação do Lobby, para disseminação de suas teses ligadas a eficiência e eficácia. Blindados, protegidos na lei e no testemunho autorizado, gente insuspeita se compromete com o lucrativo negócio. Não só, se valem também de suas posições no sentido de desqualificar qualquer forma de pensamento que revele a estratégia deste mercado de 4 Trilhões de dólares,

Mesmo assim, pretendo chegar a genética de algo embaraçoso demais, a exploração da fé religiosa. A simbologia sustenta a exploração vil da sociedade neste cativeiro ideológico.

Finalmente, queria exercitar o dom profético divino, que Ele me deu para prever. Depois de julgado e condenado a muitos anos de prisão em liberdade, arrependido Eduardo Cunha, no templo, palco do dízimo propina, está diante dos fieis, de joelhos, ele chora e pede perdão durante o culto. Então sob clamores e hinos, livre dos pecados será reconduzido ao circulo sagrado dedicado ao pródigo que lutou e venceu as tentações do demônio.

Em seguida, ungido voltará ao panteão sagrado em defesa da família cristã no Congresso Nacional, enquanto isso o fiel seguirá para as intermináveis filas do SUS, de onde para dar provas de sua infinita Fé, aguardará esperançoso por uma vida digna, após a morte.

A ignorância é um fundamentalismo, mais cruel que o Câncer.

Amém

Claudemir Sereno

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