Democracia brasileira, plena na capacidade de cometer excessos contra o cidadão.
Sonho de uma noite de verão, a democracia brasileira.

Ali me criei entre a igreja de San Gennaro, o colégio Dom Bosco e a Escola Firmino de Proença. Tive uma infância boa, no entanto, fala-se muito mal daquela época, pudera, o discurso democrático 'impôs' certas reflexões inquestionáveis, como por exemplo, a conquista da liberdade.
Não sei se pelo uso desgastado dessa idéia, confesso, a dificuldade para encontrar uma análise isenta, do regime militar e do atual regime, das liberdades democráticas.
Talvez essa ideia seja justificada parcialmente, a medida que 80% da população nasceu após a década de 70. Neste caso, mal sabem o que foi viver naquele período e, se sabem, sabem de ouvir falar.
Mas a questão é, quem fala e por quê?
Mas a questão é, quem fala e por quê?
A primeira vista, seria absurdo questionar a liberdade, mas aqui e ali, é possível encontrar vozes dissonantes. Participantes da suposta redemocratização que começam a rever certas concepções de liberdade, principalmente se comparada ao convívio em sociedade no momento atual, onde equipes de marketing conquistaram a supremacia no cenário político. Responsáveis pela edição da realidade ao gosto do cliente, empurram goela abaixo, que o pior da democracia supostamente seria melhor que, o melhor do antigo regime!
Quer dizer na suposta realidade midiática, ou aceitamos reformas politicas estupidas, cíclicas, forjadas pelo Congresso Nacional em benefício próprio, uma casta formada por imbecis, ricos e famosos, ou a democracia formal poderá nos levar a restrições severas novamente. Ameaçam! Assim o pensamento democrático bastante particular, impera sob a aura de liberdade esperando pela adesão das próximas vitimas.
Mas qual deles, poderia definir a crueldade passada como sendo mais cruel que a crueldade presente? Quem morreu e quem continuou morrendo na consolidação do novo regime?
Há que se considerar que com o fim do regime, a violência ampliou-se, tornou-se difusa e foi covardemente terceirizada! Afinal, o ingrediente principal do estado brasileiro é a violência, antes, porém, havia o ombro largo do regime que a suportava. Hoje ela transformou-se em fatalidade!
A violência crua ampliou-se na sutil administração do medo através da democracia, subjetivamente, na crise da habitação, na usura, na falta de água, na falta de médicos, de transporte, Previdência social etc.
Enfim, na falta de respeito dos poderes constituídos em envidar esforços para cumprirem adequadamente suas responsabilidades na redução da pobreza e ampliação da legitima democracia, a quem caberia a condução da coisa pública comprometida com o bem estar social e o desenvolvimento democrático.
Enfim, na falta de respeito dos poderes constituídos em envidar esforços para cumprirem adequadamente suas responsabilidades na redução da pobreza e ampliação da legitima democracia, a quem caberia a condução da coisa pública comprometida com o bem estar social e o desenvolvimento democrático.
Sem saberem ao certo, os novos eleitores observam a palavra liberdade ressurgindo a cada novo discurso. Desgastada o poder serve-se dela para ampliar sua capacidade de cometer excessos, que constatamos, fugiu ao controle.
Na década de 70 éramos 90 milhões em ação, em pouco mais de 40 anos somos 200 milhões!!!
Apesar disso, em 2014 consolidou-se o fracasso da democracia formal e não estou me referindo ao impeachment. Mesmo sob forte resistência da mídia, denúncias revelaram a sub-notificação de registros de óbitos em nosso país. Além da corrupção endêmica, 135 mil assassinatos foram cometidos nos últimos 20 anos, por FAF (ferimentos por armas de fogo), mas varridos para debaixo do tapete, 'democraticamente' e justificados como "morte indeterminada."

Então o que esperar desse regime pleno de liberdades?
A suposta democracia mostra-se a mais sanguinário do mundo, e quem fala aos jovens eleitores? Imbecis, ricos e famosos vinculados ao marketing e a exploração política das futuras gerações, sem compromissos algum com a verdade. Por isso convivemos naturalmente com 70.000 homicídios/ano. Uma Guerra do Vietnã a cada 8 meses sendo os jovens as maiores vítimas, misturados nos telejornais com desfiles de Carnaval, Festa do Peão, Orgulho Gay. Agendas que desconhecem nossa tragédia social, mas que se valem delas para prosperar.
Portanto quem quiser questionar o atual regime buscando debelar o extermínio de pessoas correrá o risco de ser taxado de golpista "pelas próprias vitimas em potencial". Bizarro. A essência da violência pelo que se apresenta seria a gênese deste "negócio" chamado democracia. Sem duvida, violência que estava presente no regime militar, porém atingiu o apogeu agora.
Os agravos são tantos que, no esplendor da "jovem" democracia brasileira, a pilhagem aos cofres públicos se tornou meio de vida para os árduos defensores da democracia de mercado. Portanto, transitamos do furto qualificado para o latrocínio, com requintes de crueldade.
Os agravos são tantos que, no esplendor da "jovem" democracia brasileira, a pilhagem aos cofres públicos se tornou meio de vida para os árduos defensores da democracia de mercado. Portanto, transitamos do furto qualificado para o latrocínio, com requintes de crueldade.
Apesar disso, viva a nossa democracia!
Mas, qual tipo de liberdade obriga a votar, geralmente em candidatos financiados com recursos desviados do orçamento, provenientes do narcotráfico, ou da contravenção.
Na fajuta liberdade, o Congresso edifica a Santa Democracia, sem voto distrital, cativeiro de 200 milhões de consumidores, doentes e endividados, na 6°economia do mundo! Na qual o voto significa cumplicidade nos desvios de conduta dos governos. Na contramão, a elite justifica que estas violações seriam da natureza do próprio capitalismo, sempre em crise, ou, sugere, a ignorância dos eleitores, que votam mal, em candidatos com a mesma fraqueza de convicções que os próprios. Um absurdo!
Daí o Estado centralista, totalitário, dito democrático, embora baseado na "elisão moral" - comandado por um grupo de famílias - compensa a falta de competência com a falta de escrúpulos de seus 'herdeiros políticos', manipuladores da alma dos jovens.
Portanto caberia um esforço por parte da sociedade para rever a biografia dos pseudos heróis e vilões. E fazer valer o melhor de fato, um regime comprometido com desenvolvimento social sustentável, jamais com incompetentes e corruptos, lobistas a serviço do capital financeiro.
Vida que segue
Vida que segue
Claudemir Sereno.
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