Como fazer da doença um mau negócio para o mercado?
a) O dobro de médicos para atender sua população, sendo que 70% deles estão no serviço público de saúde. O Brasil possui 400.000 médicos, ou seja 1 profissional médico para cada 500 habitantes, desses, 280.000 estão vinculados ao SUS.
b) O triplo de farmácias para atender sua população.
c) 170 Faculdades de Medicina, sendo que, 50% começaram a funcionar recentemente, nos últimos 15 anos!
E, estas informações vêm de encontro aos questionamentos que pretendo expor.
Em primeiro lugar, a demanda acadêmica aquecida em fogo alto pede algumas reflexões, como por exemplo, o que estaria por detrás delas:
Em primeiro lugar, a demanda acadêmica aquecida em fogo alto pede algumas reflexões, como por exemplo, o que estaria por detrás delas:
- Que tipo de profissional está sendo formado?
- Estas novas Instituições estão aptas a fornecer formação de qualidade?
- As Faculdades tradicionais não seriam suficientes para prover o mercado com mão-de-obra qualificada?
Em segundo, se o aumento significativo de médicos em uma década, não foi o suficiente para que o atendimento melhorasse, estamos diante de uma situação paradoxal e, o que deveria ser um alivio para a sociedade, potencializou sua angustia.
Isto é, as condições de saúde da população se deterioraram de maneira acentuada, embora isso não decorresse do aumento de oferta de mão de obra no setor. Prova evidente é que a maior demanda da população continua sendo atendimento digno em Saúde Pública. Para dar conta, do medo, da dor e da doença, angustias que atingem a todos nós.
Apesar da mídia expor a corrupção como sendo um dos motivos para isso, podemos dizer que poucos indicadores podem ser avaliados positivamente ao longo da democracia brasileira.
Gastrite, Hepatites virais, Câncer de Mama, Aids, Dependência Química, HPV, Ansiedade, Depressão, Diabetes, Hipertensão, entre outros termos foram assimilados pela população ao vocabulário do dia-a-dia, como se estivéssemos sendo alfabetizados pelo mercado de biotecnologia.
Esse processo ideológico do poder biotecnológico foi sendo transmitido a medida que os minguados recursos, migraram da atenção primária para média e alta-complexidade, onde estão concentrados 85% dos recursos, gastos nos últimos meses de vida do paciente.
Gastrite, Hepatites virais, Câncer de Mama, Aids, Dependência Química, HPV, Ansiedade, Depressão, Diabetes, Hipertensão, entre outros termos foram assimilados pela população ao vocabulário do dia-a-dia, como se estivéssemos sendo alfabetizados pelo mercado de biotecnologia.
Esse processo ideológico do poder biotecnológico foi sendo transmitido a medida que os minguados recursos, migraram da atenção primária para média e alta-complexidade, onde estão concentrados 85% dos recursos, gastos nos últimos meses de vida do paciente.
A sociedade virou refém do Mercado de Saúde Globalizado, caso do vírus H1N1 e suas mutações, ou mais recentemente, o Zika, sonho de consumo de Donald Rumsfeld.
Neste contexto lideranças e mídia reproduzem discursos, consolidando no imaginário do povo expressões equivocadas e enganosas:
“Os médicos estão mal distribuídos”,
“As doenças aumentaram porque existe um rastreamento mais eficiente”,
"A população envelheceu”,
“Segundo a literatura médica...”, etc.
Ora, quando esse ideário se conecta a Corrupção e Assistência Social produzem narrativas que encobrem a verdadeira intenção do lobby, fazer da Saúde Pública uma larga avenida em direção ao poder para onde se lançam num jogo de cartas marcadas com a finalidade espuria de colocar submissa aos interesses globais a saúde de 200 milhões de pessoas.
Quem se dispuser, basta observar a quantidade de médicos eleitos sob o compromisso de defesa do SUS e mesmo assim a Proposta de Emenda Constitucional - PEC 29 que tratava do Financiamento da Saúde ficou engavetada por 12 anos na Câmara Federal.
Neste período o sistema deixou de receber 200 bilhões de reais. Foi a maior depressão no financiamento do SUS, desde a sua implantação. Ocorre que tanto o Ministro da Fazenda, como o Chefe da Casa Civil, o Líder do Governa na Câmara Federal, o Presidente da Câmara, o Líder do Governo no Senado Federal e o Presidente do Senado Federal eram todos médicos!
Sem que houvesse nenhum esforço para o impasse com aprovação tardia da emenda em meio a crise do sistema ainda subtraíram 5 bilhões do orçamento para o financiamento da construção do Complexo Industrial da Saúde.
No mesmo período a Amil, empresa brasileira de planos de saúde, chegou a 4ª empresa de saúde do mundo, vendida em seguida para a gigante americana United-Health. Suspeita-se que a intermediação do negócio tenha sido feita pela consultoria de propriedade de um médico, que acumulou cargos no Governo Federal, Chefe da Casa Civil e Ministro da Fazenda. (preso em Curitiba, mas o estrago é inconsertável)
Sem que houvesse nenhum esforço para o impasse com aprovação tardia da emenda em meio a crise do sistema ainda subtraíram 5 bilhões do orçamento para o financiamento da construção do Complexo Industrial da Saúde.
No mesmo período a Amil, empresa brasileira de planos de saúde, chegou a 4ª empresa de saúde do mundo, vendida em seguida para a gigante americana United-Health. Suspeita-se que a intermediação do negócio tenha sido feita pela consultoria de propriedade de um médico, que acumulou cargos no Governo Federal, Chefe da Casa Civil e Ministro da Fazenda. (preso em Curitiba, mas o estrago é inconsertável)

Que apesar de eleitos, "representarem o povo" para diminuírem o peso dessa tutela, atuam como representantes de interesses obscuros, contrários a saúde preventiva, planejamento familiar e alimentação saudável.
Acreditando que vinculados aos poderosos grupos de interesses especiais da biotecnologia (saúde privada, laboratórios e alimentos), altamente dependentes do agravamento das condições de saúde da população, poderiam garantir acesso fácil a reeleição.
Portanto se a sociedade não se mobilizar a favor do Voto Distrital Puro, Financiamento Publico de Campanha e uma versão verdadeira e honesta da Lei Ficha Limpa, deixaremos de ser usuários do Sistema Único de Saúde, para nos tornarmos vitimas dele.
O verdadeiro Auschwitz made in Brazil.
Então, viveremos num paraíso habitado por assassinos sem maldade e por vitimas sem ódio.
Não haverá maldade somente escombros...
Claudemir Sereno
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