Sem Planejamento Familiar e dados consistentes sobre Causa Mortis:
"Estaremos condenados a nascer a qualquer custo e a morrer de qualquer jeito!"
Foi publicado em agosto de 2008, na Revista Oficial da
Associação Brasileira de Recursos Humanos - Nacional, "Melhor, Gestão de
Pessoas", matéria assinada pelo dr. Walter Furlan, médico gestor da Amil. O gestor aborda nesse artigo o expressivo número de óbitos devido à quebra de protocolos médicos nos EUA.
Perplexo diante da extravagancia dos números apresentados na reportagem naturalmente os questionamentos se voltaram para saúde publica brasileira cuja realidade comporta sub-financiamento, corrupção e toda sorte de problemas a reforçar o discurso do setor privado.
A partir daí tentar distinguir quais eram os interesses do mercado por trás desse discurso. Há tempo hiper-dimensionado devido a falta de regras (Lei do Lobby) aliado a falta de rigor do Judiciário, que no meu entender era estratégico.
A partir daí tentar distinguir quais eram os interesses do mercado por trás desse discurso. Há tempo hiper-dimensionado devido a falta de regras (Lei do Lobby) aliado a falta de rigor do Judiciário, que no meu entender era estratégico.
Disse o dr. Furlan: "Calcula-se que 100 mil pessoas morrem por anos devido a erro médico nos EUA. Estamos falando de um país que aplica U$ 2
Trilhões por ano em saúde e por isso tem a medicina considerada a melhor do
planeta." Todavia o que poderíamos fazer, se a abordagem fosse apenas de cunho econômico, sobre valores destinados a saúde, a não ser lamentar?
Porém, em função da natureza da minha trajetória política e militância o foco foi dirigido a aspectos diversos. Ao constatar a gravidade da situação americana nas palavras do doutor, encontrei a face obscura da saúde pública local, na sub-notificação de registro de óbitos, cuja prevalência é bem diferente da realidade americana.
Coube portanto a questão econômica ressaltar que o Governo Federal investe apenas 6% orçamento em
saúde publica - contra 13,8% média mundial. Equivale dizer que
13,8% do orçamento dos EUA representa um volume de recursos da ordem do PIB brasileiro. Mas mesmo assim, lá morrem entre 100 e 180 mil pessoas, (segundo outros levantamentos) por imperícia, imprudência ou negligencia. Inicialmente, seria necessário responder a seguinte questão:
Por qual razão, com orçamento insuficiente aplicado a saúde publica, o SUS teria números tão insignificantes nas estatísticas oficiais sobre mortes devidas a erro médico.
Por qual razão, com orçamento insuficiente aplicado a saúde publica, o SUS teria números tão insignificantes nas estatísticas oficiais sobre mortes devidas a erro médico.
Profissionais com formação deficiente, estagiando em hospitais públicos nas periferias das grandes metrópoles, atendendo uma demanda brutal, seriam os elementos suficientes para tal justificava? Não só isso, mas isso também.
Ou seja a concentração de poder econômico e político nas mãos do lobby, foi possível para um grupo reduzido de pessoas administrar recursos públicos de grande interesse social, utilizados para satisfazer interesses contrários as demandas da sociedade. Não quero justificar a totalidade da situação, mas chamar atenção para o silêncio governamental diante dos apelos da OMS sobre a sub-notificação dos registros de óbito. Enfim, podemos esperar o quê dessa situação?
Esgotadas as esferas, o que foi sugerido pela Organização Mundial de Saúde se configura crime de natureza gravíssima! Ou, método crudelíssimo utilizado contra o povo.
"A Lei Divina tem como base a justiça e
a misericórdia. A justiça sem
misericórdia é tirania. A misericórdia
sem justiça é tolerância,
complacência
com o erro."
Caso a condição persista assumiremos definitivamente a qualidade de sujeitos matáveis, e o desperdício de vida seria compensado com a política de eugênia positiva agressiva.
Colocado nesses termos não haveria motivos que justificassem não serem adequadamente notificados, inclusive como medida qualificadora da formação médica, pautadas no respeito a dignidade da pessoa humana.
O gráfico a seguir foi publicado na Revista Veja, em 21 de Abril de 2010. Apenas 5,5% das pericias são destinadas a necropsias.
Enquanto abordo estas questões sobre saúde publica procuro refletir dentro de uma suposta normalidade jurídica, equidade, direitos e deveres.
Pensando assim o profissional médico continua a habitar o espaço insuspeito dentro de uma relação de respeito. Geralmente para sociedade o médico, é aquele sujeito abnegado que se entrega de corpo e alma na missão de salvar vidas. Porém, esta percepção tem mudado, o que é grave!
A sociedade finalmente por experiência própria ou por meio dos noticiários, percebe que a narrativa foi uma fábula criada com ajuda dos meios de comunicação.
Em tempos de globalização a saúde se transformou em bem econômico, como qualquer objeto de consumo. Tragicamente nos demos conta, a doença representa uma commoditie nas bolsas de valores, onde anda de mãos dadas com o 'capital financeiro'.
Portanto, os operadores deste mercado; serão remunerados, melhor estimados, quanto piores as condições de saúde da população. 'disease it's money'.
Além disso, desnecessário dizer que a reboque de um número expressivo de profissionais médicos parlamentares, os indicadores de saúde da sociedade brasileira não apresentou melhora ao longo dos anos ao contrário temas importantes foram negligenciados por eles na Câmara e no Senado.
O que vem demonstrar que a politica financiada por Lobbys que exploram os serviços de saúde, sustenta a hegemonia daqueles que exploram o medo, a dor e a doença.
Ainda que as vezes, a máscara caia, ela confirma a força e exuberância do poder, pois a queda vem alijada de critérios de respeito e justiça. Caso exemplar de estratégias de parlamentares que atuam contra o interesse público -- Eduardo Cunha Pmdb/RJ sobre as Emendas órfãs que beneficia multinacionais do setor de planos de saúde.
Portanto, tracei este itinerário para dar conta do pensamento que sirva de subsídios para produção de questionamentos em momento iguais a este, de completo desencanto:
Qual a importância de uma sociedade saudável, para grupos de interesses especiais que exploram a saúde no Brasil?
Claudemir Sereno
Julgamento de médicos acusados de tráfico de órgãos em
Taubaté entra no terceiro dia
19/10/2011
O julgamento dos médicos Pedro Henrique Masjuan Torrecillas, Rui Noronha Sacramento e Mariano Fiore Júnior, acusados de matar pacientes para a retirar os rins que seriam utilizados em um esquema de tráfico de órgãos, recomeçou na manhã de hoje (19), no Fórum Central de Taubaté, no Vale do Paraíba. Desde o início do julgamento, na segunda-feira (17), foram ouvidas as 17 testemunhas citadas no processo. O depoimento dos réus teve início ontem (18), quando foi interrogado o médico Rui Noronha Sacramento. Neste momento está sendo ouvido Pedro Henrique Masjuan.
Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, está marcado para o período da tarde o interrogatório do réu Mariano Fiore Júnior. Estão programados também para hoje os debates entre acusação e defesa. Porém, se o depoimento de Fiore Júnior se alongar muito, o julgamento só deve terminar amanhã (20).
Os crimes ocorreram em 1986, mas como os réus foram absolvidos pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e pelo do Conselho Federal de Medicina (CFM), eles continuaram exercendo a profissão. Em denúncia apresentada à época, o Ministério Público Estadual (MPE) alegou que os laudos médicos atestando as mortes de quatro pacientes eram falsos e simulavam morte encefálica para que fossem extraídos os órgãos destinados a transplantes.
Outro acusado de envolvimento no caso, o médico Antônio Aurélio de Carvalho Monteiro, morreu no ano passado.
A acusação é feita pelo promotor de Justiça Mário Augusto Friggi de Carvalho.
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Julgamento de médicos acusados de tráfico de órgãos em Taubaté entra no terceiro dia
19/10/2011
O julgamento dos médicos Pedro Henrique Masjuan Torrecillas, Rui Noronha Sacramento e Mariano Fiore Júnior, acusados de matar pacientes para retirar os rins que seriam utilizados em um esquema de tráfico de órgãos, recomeçou na manhã de hoje (19), no Fórum Central de Taubaté, no Vale do Paraíba. Desde o início do julgamento, na segunda-feira (17), foram ouvidas as 17 testemunhas citadas no processo. O depoimento dos réus teve início ontem (18), quando foi interrogado o médico Rui Noronha Sacramento. Neste momento está sendo ouvido Pedro Henrique Masjuan.
Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, está marcado para o período da tarde o interrogatório do réu Mariano Fiore Júnior. Estão programados também para hoje os debates entre acusação e defesa. Porém, se o depoimento de Fiore Júnior se alongar muito, o julgamento só deve terminar amanhã (20).