O escândalo da verdade.

Quando o ministro Joaquim Barbosa reclamou da morosidade da justiça, lembrando a prescrição de crimes cometidos contra o patrimônio público o ministro Teori Zavascki derrubou a tese levantada por ele. Ou seja, Teori foi mais rápido pra mandar soltar, do que a Polícia Federal para prender a quadrilha (lava jato) responsável pela lavagem de 10 bilhões de reais!

Se não fosse essa estranha morosidade poderíamos esperar o quê?

O murmurar do ministro Joaquim Barbosa, soa sutil elogio a si mesmo e a justiça brasileira ao indicar o tempo como responsável cuja existência inviabilizaria a própria justiça. Ora, estamos falando de narrativas criadas num Estado maculado, cheio de vícios e que não têm agido no tempo legal! Apenas para salvaguardar interesses de quadrilhas.

Aliás, o STF atua a tempo em alguns casos apenas, como fizeram Dias Toffoli e Teori Zavascki. Reforçando outra tese, onde o agente da ilegalidade se apossou do Estado, agindo metodicamente fazendo a corrupção impregnar-se à letra fria da lei.

Analogamente, assassinos matam, corruptos roubam, e o fazem por convicção e coerência. Para eles não existiria o tempo, muito menos a hipocrisia como fator para constranger ação delituosa. Antes de matar ou roubar, eles já haviam praticado o delito. Sonharam e idealizaram, antecipadamente. (tempo)

Assim, a justiça brasileira, poderia ser tudo, menos incoerente. Tenho a impressão que a justiça brasileira foi pensada e elaborada durante décadas para atuar segundo o interesses do poder.

"A mais perigosa ação delituosa do Estado seria prescrever a verdade. Silenciando-a."

Como pretendem alguns ministros do STF no caso da Operação Ararath ou do CARF, por exemplo. Em meio a tanta coerência e convicção, embora SEJAM indiferentes a verdade ESCANDALOSA cabe a sociedade brasileira abster-se de TAMANHA ingenuidade. Podemos esperar qualquer coisa dessas instituições, menos justiça.

Logo, fica a dica para o Congresso Nacional, a regulamentação de um "cemitério penal" que pudesse dar conta de resolver a paradoxal situação da justiça extemporânea brasileira. 

Para aqueles que se safaram em vida recorrendo, recorrendo, recorrendo, pudessem responder por seus crimes em regime perpétuo, nos quintos dos infernos!

Claudemir Sereno.

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