A sociedade brasileira e futuro. Tal qual imagino.


"E entretanto ele morreu sem haver entrado a terra da promissão... E com um grande futuro atrás dele."  James Joyce em Ulisses

O caso do Lobby da Saúde, que explora o medo, a dor e a doença.

Participei na ESMPU - Escola Superior do Ministério Publico da União - de Seminário que tratava do financiamento de pesquisa para doenças negligenciadas.

Observar o Lobby se articulando por objetivos pouco republicanos em diferentes esferas de poder não tem preço. O ambiente, os debatedores e presidindo a mesa o Procurador Geral da República (SP), na platéia, poucas pessoas. Gente graúda. 

Os argumentos apresentados por mestres e doutores de Oxford, London College, entre outras, eram frágeis e apontavam para sacrifício em escala global. Sugeriam a criação de um Fundo Internacional para financiamento de pesquisas para novos medicamentos. Na minha opinião nada que investimento em saneamento básico não pudesse resolver. Atento, pensei: Esse pessoal não tem limites!

O lobby busca desoneração fiscal em todos os níveis de governo, sob alegação de que seria injusto (???) tributar medicamentos para a massa de miseráveis que entope as portas dos hospitais conveniados ao SUS. Entre os quais, eu. Mas não querem baratear custos, se valem da alegação de ajuda humanitária e justiça tributária, pretendendo a cartelização de mercados locais e regionais. Por que? 

O déficit brasileiro em 2011 no setor fármaco-químico atingiu 10 bilhões de dólares. A marca é fruto da estratégia do setor. O consenso politico costurado não deixa duvida, a aparente intolerância não consegue aplacar o vertiginoso crescimento da medicalizaçao e demonstra que a situação está distante de acabar. 
O que pode ser deduzido a partir da captura do aparelho do Estado via financiamento eleitoral empresarial com caixa2. Campanhas bancadas com medicamentos de alto giro em supermercados e farmácias. Pratica bem sucedida, tolerada no Supremo Tribunal Federal que a transformou em crime menor cujos processos doravante devem tramitar na complacente Justiça Eleitoral. Evidencias a parte sugerem corrupção disseminada. 

Se pelo lado do cidadão a corrupção é auto explicativa, do ponto de vista institucional, a corrupção é interpretativa. O desvirtuamento é uma aberração sob qualquer dos pontos de vista. No sub-solo, interesses inconfessáveis, método que reproduz em nossa sociedade a ética indolor; Espécie de versão semiaberta de Auschwitz-Birkenau. 

Ou seja, versão moderna da burocratização da fila em direção a morte. Que pode parecer absurdo, mas quando Hannah Arendt pôs o dedo na ferida disseram o mesma e atentaram contra sua reputação. 

Transcorridos 60 anos os conceitos elaborados por Hannah como por exemplo, Banalidade do Mal foram adulterados. As características atribuídas a Eichmann que culminaram com a sua condenação, hoje ressurgem como modelo de gestor demandado pelo mercado global, que aposta na IA (Inteligencia Artificial) para definitivamente abdicar ao ato de pensar.  

Estranhamente denunciado por Hannah, o que se esperava de um oficial militar, é o que se busca de gestores na atualidade. Foco na desatenção ao meio ambiente, insensibilidade aos seres vivos. Exigências dos mercados financeiro, saúde, petróleo e armas. Eis a Mineradora Vale.

A luz do senso comum, "A manipulação da aparência, álgebra do poder. O discurso da aparência, torna-se discurso sobre aparência e sua manipulação. A biotecnologia faz uso primoroso, oferece argumentos invoca questões dogmáticas, científicas e legais, dedica-se a missão de salvar vidas e 'promete a esperança" 

Com os elementos a mesa o conceito de conflito bélico tradicional está sendo desarticulado e no lugar emergindo o refinado modelo de eliminação seletiva. Estamos a caminho de um futuro sem guerras. O futuro já começou! 

Estamos em PAZ?


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