Open Society



O velório mal havia começado, eu cheguei: 'Fina renda. Mão fria. Placidez aguda. Pai Nosso. Ave Maria. Ruth dormia.'
Lá pelas tantas ouvimos do cauteloso assessor: ”O que é que esse fdp veio fazer aqui!” Teria ele dado o alerta, a fim de evitar uma intimidade perigosa com os demais? Absolutamente não. Não creio, que o visitante fosse tão inoportuno a ponto de não poder circular pelo velório.
Obviamente, que esse aspecto policial não caiu bem. Foi sórdido. Porém, no ambiente político não falta gente disposta a oferecer a persistente miséria como prova lealdade.
O clímax no encontro de lágrimas discretíssimas se deu justamente nesse momento; Formalidades de lado, a voz do lacaio em alto e bom som na Sala São Paulo desfez a delicadeza do ato. Em instantes, admiradores consternados foram transformados em adversários. Como interpretar essa aversão, a presença do Geraldo? Sem o qual, o PSDB já teria perdido o rumo.
Mas, afinal, o que sobrou da minha singela comoção?

A ideia de que a política é deseducativa, além da impressão que ele foi o único capaz de enfrenta-los e durante muito tempo não vi nenhum outro grupo dedicado a neutraliza-lo, a ponto da reeleição de Lula em 2006 trazer-lhes não só alivio. Mas motivo para comemorar.

Portanto, nada é o que parece ser. Ruth se foi. Golem ficou.

A política brasileira é comandada por Golem.

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