Ignoro, logo, voto. Sobre cenouras, educação brasileira e PISA


Para entender a relação entre investimento e desempenho da educação brasileira devemos ter uma posição critica além das desculpas oficiais e politicas salvadoras adaptadas de outras realidades.

Internet, Smartphone, Inovação tecnologica, robotica, inteligencia artificial, em conjunto ou separados, não alfabetiza ninguém! Pior, nessa situação a mediação intelectual é inutil. 

Portanto, antes de incorporar qualquer iniciativa globalizadora ao curriculo antes de qualquer ação irrefletida, se faz necessário olhar atentamente para questões que dizem respeito a educação de forma especifica e municipalizada: Alunos, professores e comunidade escolar. Distrital e Integralizada! Eis a questão! 

Quando organismos internacionais ditam regras, falam por si-mesmos, mesmo que ajam, segundo a midia como se estivessem tratavando dialogo, isso nunca existiu e na verdade é intimo. Logo, se os resultados apresentados são insuficientes, os lugares comuns impostos e que a partir dos quais devem sustentar o desenvolvimento escolar, agrava ainda mais o desempenho, pois desconsidera a realidade local partindo de um principio globalizador. Assim, amplia-se o espaço para consultores e especialistas de entidades sem fins lucrativos para sustentar uma agenda alheia aos interesses da comunidade escolar. 

Doravante é preciso pensar no inusitado, distante da escola, o saco de bancada de sempre. Afinal, se não existe outra forma de sermos colocados em perspectiva como projeto de nação, exceto pela saúde e educação, a quem caberia zelar pelo desenvolvimento social? Não seria uma ONG ou organismo internacional a deter esse poder. Principalmente quando os protagonista estão vinculados a empresas envovlvidas em escandalos de evasão de divisas, investigadas na Operação Panama Papers; Ou ainda a industria de bebidas alcoolicas, ou mesmo banqueiros! Logo, as dificuldades são imensas e direta ou indiretamente impactam no desempenho escolar.

Apesar disso fui tocado pela experiência chinesa, que ajudou na compreensão do nosso caso. Atento a entrevista do secretário de educação de Xangai cujo pensamento foi desemvolvido e compartilhado de maneira bastante didática ao reporter. Como deveria ser a qualquer especialista que se dispusesse a falar de educação.

Em poucas palavras, o dirigente disse que as dificuldades sócio-econômicas daquele imenso país não foram obstáculo para a excelente conquista nas provas do PISA! Segundo ele, a estrategia para superação das imensas dificuldades foi pensada à partir da relação entre pesquisadores e professores, de nível 'excelente' com outros 'não tão bem avaliados'. 

De maneira gentil e educada, sem desqualificar, docentes ou discentes, o secretário de educação fez a seguinte analogia para ilustrar a principal estratégia adotada pelo governo de Xangai. Comparando pesquisadores a legumes para em seguida relacionar a elite de pesquisadores chineses à cenouras, quando concluiu:

"Se tivéssemos somente cenouras em nosso grupo, o cardápio seria: de manhã, cenoura cozida; no almoço, cenoura assada e no jantar, cenoura crua. Contudo, ponderou:"Nós buscamos a riqueza da nação para o melhor desempenho no PISA em sua heterogeneidade". A lógica social e ideológica maleável permitiu a produção de contrastes no ambiente educativo.

Ora, se isso foi possível a China, o que faltaria ao Brasil? Estratégicamente, a heteronegeidade significa uma outra visão de mundo que a elite repugna, atrelada a uma meritocracia de faz de conta, assim sendo quem deveria ser avaliado criteriosamente é o Conselho Federal de Educação, sem o quê estaríamos desconsiderando os grupos de interesses cuja hegemonia nunca foi questionada frente a sucessivos fracassos sociais.

O resultado do PISA revela algo há muito conhecido: o fraco desempenho! Todavia, a cada novo fracasso, ONGs e seus consultures e especialistas surgem na GloboNews com surpreendentes análises a justificar uma espécie de moléstia subtropical que atinge, preferencialmente os menos favorecidos. Diagnostico: formação deficiente de alunos e insuficiente de professores; Solução: dinheiro.

Seria isso mesmo, ou, a dieta: Cenouras, cenouras e cenouras! Adquiridos do mesmo modo que os economistas são adquiridos pelo mercado financeiro para cuidar de seus interesses. Na baciada.

Portanto, não devemos esperar nada além, desse campo de poder, exceto indicadores de desempenho péssimos, categorizados em sub-grupos justificando a vergonhosa desigualdade social entre letrados e analfabetos.

Faz-se necessário um ajuste da percepção. Um olhar pragmático. Observar como vêm sendo tratada a educação desde 1891, quando Rui Barbosa excluiu da Primeira Constituição Republicana o Direito a Educação Básica garantida no Imperio.


Ou seja, sem boa fé, nunca sairemos desse pântano, ponto de convergencia da burocracia, o desinteresse do aluno e a formação descontinuada dos professores etc, etc, etc... Se não bastasse isso, a questão ideológica inviabiliza o processo de ensino-aprendizagem deixando a educação ainda mais exposta a vulnerabilidades.

Enquanto o diagnostico vai sendo deformado para ajustar ideologicamente o fracasso com honra ao mérito e que acaba utilizado no convencimento da classe média e na manipulação das massas com fins de perpetuação no poder sem que a relaçao seja alterada.

Portanto, a cada novo fracasso, isolada a moléstia 'mais uma vez', que atinge principalmente aos menos favorecidos, munidos com o aparato tecnológico 'inovador' vão produzir 'novamente' uma espécie de entropia negativa para 'mais uma vez', complicar o obvio:

O fracasso das políticas públicas têm um custo social elevadíssimo, mas não devemos nos enganar, o fracasso é um projeto de poder, sendo pensado minunciosamente por gente muito bem formada e mal intencionada, muito mais preocupada com sua reputação, currículo lates, bolsas, cargos e salários oferecidas pelo mercado -- de bebidas alcoólicas e financeiro -- do que com o futuro do país; 

Aliás, realidade que sempre persevera e, não custa nada lembrar:

Cadê o Nobel, eruditos da elite brasileira? 


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