Planejamento Familiar: A dor e o esforço ético que, visa a felicidade coletiva.


Escrever sobre a morte é um ato de amor, tema sempre presente em minha vida. Coisas do tipo, "Graças à Deus fulano descansou; Sofreu feito cachorro com tal doença!" Ou, "Morreu! Mas, foi melhor assim" Fizeram do tema intenso e extenso em minha vida. Por isso considero um ato de amor. 

Pois ao contrário do que se supõe, o contraponto a morte não é a vida, mas o amor. 

Mesmo que elas estabeleçam uma relação direta com a morte, reduzindo-as... "Graça à Deus, descansou", "Morreu de câncer"... quando deveríamos admitir outros modos do existir... "Graças a Deus, amou!", "Morreu de amor!", "Amou e morreu!".

Evidentemente que de outra forma estaríamos não só diante da morte física, mas também de um processo de morte da memória delas, como se o passado deixasse de existir à partir daquele marcador biológico chamado doença. 

Eric Hobsbawm, observou bem esse 
fato: "Quanto mais morto e ineficaz for o passado, tanto mais se vê liberado para seu uso meramente simbólico e mobilizador." 

O aspecto fulcral do pensamento, indica que o passado perdeu seu papel de produtor e fornecedor de identidade para pequenos núcleos sociais, os quais foram submetidos por grupos disseminadores de versões da realidade, apossando-se do papel criador dos conteúdos. 

Poucos se mantiveram no controle, como autores do próprio passado, evitando a todo custo a morte da memória coletiva. 

Portanto a questão da qual me ocuparei, diz respeito à realidade, indiferença e identidade. 

Hoje uma pequena estrela surgiu no meu jardim, e sorriu pra mim!



A exuberância daquela flor que se lançava em direção ao céu, não me permitia afirmar se era mesmo flor, ou estrela que voltava para o seu merecido lugar no firmamento.

O que eu quero: é o que posso, é o que devo. 

O protagonismo nas decisões ajudam a nos proteger da aceitação passiva da precarização em continua reprodução, como uma coisa natural, já que as pessoas não agem sem pensar logo a simples reflexão sobre a singular natureza humana ligadas ao nascimento e morte, fazem parte deste processo de preservação. 

Então o simples fato de ponderar sobre os caminhos a seguir em última análise é uma forma de renúncia silenciosa a determinados modos de existência.

"Nascimento e Morte": são atributos da vida, apenas enquanto valores da dignidade humana.

Para entender os modos de existir que nos  conduzem do nascimento a morte num deslizar continuo quase sem sentido, é necessário antes desvendar os grupos detrás do contexto brasileiro, da futurização de valores desvinculados da ética sustentados a revelia. 

Segundo eles, no plano da existência estaremos envolvidos pela aceleração brutal do tempo, entre nascimento e morte. O que vai nos fornecer uma intensa sensação de liberdade, embora fulgaz. 

Assim desprovidos do tempo negamos a memória dos que jazem cujo passado (inferior) segundo essa concepção de mundo repousa vencido por este futuro (superior). Sem objeção a esta absurda visão de mundo somos negligenciados a todo momento num desaparecimento programado. Assumimos, a posição de figurantes na eterna versão brasileira da exclusão... "Brasil o país do futuro. Inalcançável futuro."

Imagens, prescrições, dogmatismos jogam a todo instante com a exclusão, impondo as pessoas de existência real no presente, uma condição surreal, de viverem em descompasso com as exigências desta idéia de futuro. 

Exceção feita as manifestações de junho de 2013, que proporcionaram aos participantes o contato direto com a realidade. 

O caminho para o futuro, do sofrimento sem sentido para o sofrimento com sentido.

Certamente, o que nos é oferecido como desenvolvimento está condicionado a soma de sucessos individuais na perspectiva dessa realidade, que revela-se paradoxal. 

A medida que ela condicionou o desenvolvimento econômico brasileiro, comemorado pelos quatro cantos tem como símbolo, uma sociedade doente e endividada que convive com indicadores sociais bastante tímidos.

Historicamente, sempre foi cada um por si, logo tinhamos a impressão que a dificuldade do Estado atuar junto a sociedade de maneira generosa era uma herança maldita. 

Contudo refletindo sobre fatos recentes, confirmados repetidas vezes, em cada hum dos últimos 500 anos,  uma hora vai ter que parar, por bem ou por mal. Embora, nesta nova fase da propaganda oficial sugerir a sociedade brasileira, em sua nova versão que isso não passa de puro maniqueísmo.

Entretanto, o Ciclo do Pré-Sal, gestado no governo Lula, tem origem, grosso modo, com a vinda dos exploradores em 1500, com os ciclos de exploração de riquezas naturais. Portanto, o atraso nas relações sociais vêm de longa data e indicam que o modelo proposto hoje, não significará menos sofrimento futuro!

Portanto, sem amor, sem respeito, foda-se o futuro. 

Segundo, Zigmunt Bauman:

 "Os carentes de dinheiro precisariam de mais penúria para ensina-los como se tornar ricos. Alguns devem tornar-se menos para que a 'economia' possa produzir mais. Os que vivem 'da mão para a boca' devem ser tirados de sua teia de segurança tecida pela tradição, a fim de serem forçados a consumirem mais para seu próprio regozijo. É preciso cortar um membro para salvar o corpo. Devem-se sacrificar mil vidas para salvar dez mil. É a bondade futura que apenas se mascara como a crueldade presente"
A caraterística fundamental dos ciclos é 
a intensificação da reprodução da desigualdade, quando os resultados anti-sociais ficam evidentes. 

O nível intenso de exploração de nossas riquezas, sustentado por acordos concentradores de renda e poder politico, acumulam passivo social e ambiental. Tudo bem distribuído pelo vasto território brasileiro. Mas uma hora acaba!

Logo, o Brasil que sempre oscila entre as primeiras potências econômicas, sem pudor algum no quesito distribuição de renda disputa pontua sempre nas últimas posições. Considerando este abismo social, quero demonstrar que não haverá futuro sem mudanças profundas na organização social e política do país. 

Paradoxalmente, nos últimos 40 anos dobramos de tamanho. Do ponto de vista das políticas públicas, etapa fundamental na construção de uma nação, ocorreu um duplo impasse. Visto que a sustentabilidade social é tratada como coisa lateral ou serviços prestado entre outros demais serviços públicos. Quando deveria ser politica de Estado, equivalente ao controle consciente dos processos de reprodução metabólico por parte da sociedade. 

O Planejamento Familiar como politica de Estado é o único instrumento capaz de recuperar o processo de produção de conteúdos, em uma relação harmônica. Que seria o contraponto ao controle eficiente da vida em direção a morte, empregado pelo Estado Brasileiro.

Finalmente, neste breve hiato, entre nascimento e morte, onde se alocam as engrenagens do Estado e os seus conteúdos se dividem num regime maniqueísta do, Contra ou a favor da sociedade. 

Se desfavorável, a força nos joga pra fora, limitando a nossa capacidade decisória, arremessando-nos para o berço do consumo, imediatamente ao nascer. Ao contrário se favorável, uma ação preventiva se instala, na proteção social.

Na realidade, a idéia favorável à vida tão difundida, do nascer a qualquer custo, ou, do tudo pela vida, disfarçam privilégios rateados na permanente expansão da base de consumo em nossa sociedade, já que parte substancial do tributos no Brasil, incidem direta e injustamente sobre o Consumo.

Em consequência da necessidade de ampliação permanente desta base de consumo, meninas entre 9 e 17 anos, foram transformadas em pequenos rotores das engrenagens do biocapital Mão de obra empregada na reprodução da desigualdade, representam 30% dos partos no Brasil, nelas também estão se concentram os casos de Aids. 

Sem memória e sem futuro. Mas afinal, por que falar das rosas? Esta seria uma metáfora para a morte, ou a morte seria uma metáfora para o futuro.

Logo, a massificação de doenças crônicas em curso, será apenas obra do acaso?

 Nascer-morrendo, 
Esta metáfora alude a uma falta de perspectiva politica das pessoas e as...


 insere numa lógica política covarde, que tem como operadores políticos, pessoas que atuam a favor da exploração...



do medo, da dor e da doença.  Isto é, a favor do aumento do deficit no setor farmacêutico,  que em 2011, atingiu a impressionante cifra U$ 10 Bilhões, em agosto de 2012, as previsões são mais sombrias e ultrapassem os U$ 13 Bilhões: caminhamos para a vida controlada por protocolos médicos. Isto é, o controle eficiente da fila em direção a morte.


Entretanto, como interferir neste processo politico, como operadores de uma vida digna?



"A descendência, a estirpe e o passado" como base para um futuro possivel. E nos inserir no processo politico como sujeitos.




Para que a saúde não seja um bem econômico explorado por um mercado sem limites a sua ambição.

Em suma, a politica deve ser prescritiva da cura, para que a sociedade tenha alta com alguma dignidade, da UTI, que nos confinaram.

Em suma, 



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