A reforma do constrangimento.

O 45º aniversário da TV Cultura foi comemorado no programa #rodaviva com análises de ilustres 'comentadores' da história. Daí a grande expectativa, o desafio de passar a limpo os últimos 45 anos da história do Brasil, desde o regime militar até a democracia. Porém, a expectativa logo se desfez. Esperava mais.

Mas mesmo assim, o programa foi educativo. Deixando evidente o policiamento ideológico ao qual foram submetidos alguns convidados. Em grande medida devido ao desenvolvimento de visões que, inapelavelmente iriam culminar na paradoxal situação em que nos encontramos. Então, para driblar constrangimentos conclusivos, interrupções eram feitas no ato da fala do convidado. Deselegância? Não, apenas, tentativa de direcionamento, ou manobra.

Apesar disso, todos concordaram num ponto de vista específico, na covardia. Explico. Ao fazerem coro na defesa do SUS. Defesa irresponsável do SUS!  Fiquei perplexo. 

Falaram pelos cotovelos sobre o que mal conheciam. Um, citou José Serra, que havia citado outro, sendo que nenhum sabia exatamente do que se tratava. Tanto que, nenhum dos convidados era ou tinha sido usuário do sistema publico de saúde. Mas, admitir tal fato certamente seria colocar-se em nível de inferioridade com relação aos seus pares. 

Então, com o sinal de alerta ligado, pensei, se aquele grupo falou com tanta fluência sobre o que mal conheciam sustentando-se em declarações de personalidades, que também não conheciam o SUS, conclui, será que eles tinham conhecimento sobre outros temas levantados no decorrer do programa? Ou, eram simplesmente operários da opinião alheia? Resquícios do demagogo grego na polis?

Portanto, o programa foi esclarecedor, ensinou que devemos leva-lo menos em consideração quando houver a necessidade de análise isenta e responsável, sobretudo quando o assunto for a realidade, na qual se encontra submetida a sociedade a porta de hospitais públicos, Brasil afora.

Claudemir Sereno

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