No Brasil "Fodido não tem vez"...

Essas palavras fundamentaram a grandiosa obra do ilustre brasileiro. Na verdade o gênio destaca por meio delas o legado da beleza impressa na estética de linhas marcantes da sua arquitetura, balsamo para os olhos e compromisso com aqueles que jamais poderiam frequentar tais ambientes.
Palavras duras, que contrariam a suposta ofensa na fronteira do essencial, discretamente com a preocupação de ocultar, por obvio que pareça, a constatação de uma realidade invisível aos olhos acostumados a nossa paisagem política.
Enfim, a frase despretensiosa é resposta àquela pergunta que todo cidadão não poderia colocar-se sem errar: "O que eles querem nós?"
Não tenho a pretensão de desconstruir o tom profético do qual se vale esse grande homem público, mas de apresentar o que Niemeyer não disse, obedecendo uma necessidade, acertar as contas com obvio. Claro, sem a mesma beleza que generosamente o gênio foi capaz de oferecer.

Figuramos na 87° colocação no ranking mundial de IDH (índice de desenvolvimento humano), embora o governo insista em repercutir o exito: "A 6ª potência econômica global!" O exito do fracasso.
Inegavelmente, duas realidades incontestáveis, tanto a econômica quanto a social, que ao menor avanço, regredimos. A medida que avançamos vigorosamente de um lado poucos reflexos são percebidos e incorporados a condição do cidadão em suas demandas mais urgentes de outro.
A relação cruel, onde o desenvolvimento econômico vem descomprometido do desenvolvimento social. Pior, vive da sua exploração.

O governo dos trabalhadores por exemplo, tentou adiar de todas as maneiras a obrigatoriedade de Air Bags e Freios ABS em certos modelos produzidos no país. Por quê?
Coisa banal, aparentemente sem importância. Mas qual era a intenção do governo ao mobilizar importantes agentes públicos que não hesitaram em defende-la. Por absurda, a ideia ganhou força em setores estratégicos por algum tempo e veio a público. Sustentando-se na ideia de desemprego o Ministro Mantega defendeu essa agenda.
Ocorre, que Mantega esqueceu-se de alguns detalhes como a Constituição Federal, por exemplo, e as responsabilidades do cargo que ocupava. Isto é, de não violar politicas que promovam os Direitos Humanos, jamais o oposto.
Nesse ponto, grosso modo, seria como se o Ministro
da Saúde viesse a público afirmar, que a redução de casos de Câncer traria desemprego, na indústria fármaco-química e aos
profissionais médicos.
Insanidade? Não, apenas o exemplo da refinada prática do Lobby. Uma praga, intervindo contra o interesse nacional.
Entretanto, desde os tempos da escravidão até o contrato celebrado entre governo brasileiro e cubano, no que se convencionou Programa Mais Médicos, o modelo de desenvolvimento adotado é o mesmo, sustenta-se na violação dos Direitos Humanos.
Surpreendentemente chegaram ao poder sob alcunha de "governo dos trabalhadores" mas, neste caso, firmaram contratos de trabalho em condições precárias.

"Não por acaso desde Adam Smith, muita gente boa (e muita gente safada), tem exaltado
esse tipo de eficiência econômica tendo a precarização, fórmula para alcançar o
bem-estar geral."
O mesmo governo reduziu o IPI de bebidas alcoólicas utilizando-se do argumento de interesse estratégico para indústria nacional. Em seguida o Ministro da Saúde em rede nacional assume o compromisso de combater a dependência
química como política publica prioritária do governo.
"São questões que demonstram maestria da propaganda política, onde opera a inversão entre anseio e dever, fazendo-nos crer que nos libertamos quando somos submetidos a um regime ainda mais cruel"
Honestamente, o governo foi controverso, seja pela falta de respeito a conceitos jurídicos básicos que norteia a administração pública, seja pela enorme vocação em advogar a favor do lobby, disseminada nos três poderes. Assim fica fácil entender a revolta pelas ruas Brasil afora.
Sem que se coloque uma tese que estabeleça o nexo causal a preencher o vazio entre dever moral e ordenamento jurídico. Estaremos sempre a mercê de uma forma de absolutismo, porque não há uma diferença sequer na politica econômica entre governo e oposição. Opõem-se na irrelevância, mas comportam-se da mesma maneira no fundamental. A exploração.
Sem que se coloque uma tese que estabeleça o nexo causal a preencher o vazio entre dever moral e ordenamento jurídico. Estaremos sempre a mercê de uma forma de absolutismo, porque não há uma diferença sequer na politica econômica entre governo e oposição. Opõem-se na irrelevância, mas comportam-se da mesma maneira no fundamental. A exploração.
Dessa forma fomos conduzidos até este lodaçal: País da prostituição infantil, do Petrolão, Mensalão, Furnas, Banestado, Carf, Temer e Cunha, da corrupção inimaginável. Repetindo-se em bandos a cada eleição, que obscurece qualquer horizonte de esperança.

"e hoje atende sugestivamente por democracia participativa... mas que ninguém participa". Qual a beleza disso?
Finalmente, ainda em débito com o objetivo inicial dessa reflexão, compartilho integralmente o ponto de vista do ilustre brasileiro ...
Finalmente, ainda em débito com o objetivo inicial dessa reflexão, compartilho integralmente o ponto de vista do ilustre brasileiro ...
... Como bem disse Niemeyer, "Fodido não tem vez"... acrescentando:
Fodidos e mau pagos.
Claudemir Sereno
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