Adoeço, logo, voto. A organização da destruição.


Brasil qual é o teu negócio? .

Na ausência daquilo que determina o art. 196 da C.F, sobre Direito à Saúde estaríamos submetidos ao puro assistencialismo, não só por aqueles sensíveis à falta desse direito, mas também os que fizeram do assistencialismo oportunismo politico para manter em estado de exclusão grande parte da população brasileira. 

Não pretendo dissimular, poderíamos interpreta-la mera estratégia patrocinada por acordos espúrios na manutenção do quadro político atual. Por outro lado, jamais farei do profissional médico o algoz dessa história. Seria ignorar que ele é tão vitima quanto os usuários, porém a tarefa de alerta-los, coube a mim. Como veremos a seguir. 

Nos EUA o orçamento da Saúde é da ordem de U$ 2 Trilhões, ou seja, 13,8% do PIB. Apesar disso, os americanos contabilizavam dados curiosos.

Em uma estão 18 mil mortes/ano justificadas no Congresso pela inexistência até aquele momento de um seguro saúde popular (Obamacare), noutra estão 180 mil mortes/ano em decorrência do ingresso em algum seguro saúde, justificadas na Justiça americana pela quebra de protocolos, que produz danos irreparáveis aos pacientes. Por isso, o caso brasileiro merece a minha atenção.

Em nosso país, vivemos o caos permanente na área da Saúde. Tanto a Justiça quanto o Congresso Nacional não têm interesse na adoção de medida saneadora, como resposta às inúmeras denúncias nas intermináveis filas do SUS. Logo, o meu estranhamento se deve a ausência de registros de óbitos por violação de protocolos no serviço de saúde pública.

Todavia é prudente destacar a distância entre orçamentos para questionar os óbitos decorrentes do tratamento no Brasil, não têm bases tão expressivas quanto nos EUA. Na tentativa de justificar a distorção, poderíamos destacar boa formação nas 'excelentes' universidades privadas, aliado as boas condições de trabalho em nossos hospitais públicos. Estas seriam hipóteses positivas, a negativa estaria atrelada provavelmente a sub-notificação dos registros de óbito.

"Em qual delas estaria a verdade?"

O avanço das Faculdades de Medicina no Brasil sem recursos suficientes, mestres e doutores, que suportem a expansão com o mínimo de qualidade, seria a hipótese mais plausível. Mas não poderia deixar de lado a atuação de grupos de interesses especiais alocados no fulcro do serviço público, fazendo da saúde publica meio para acumulação de capital. Entre eles, gestores indicados por planos de saúde para administração de serviços públicos essenciais, hospitais e agências reguladoras.

Violações politicas podem confirmar a dramática situação do cidadão face ao Direito Fundamental destacado na C.F. Apesar disso, a saúde pública tem entre seus expoentes profissionais engajados na luta pelo respeito ao art. 196 da C.F. Patriotas combatidos por adversários a serviço do lobby da saúde.

Embora, com forte influência na construção da agenda do Poder Público na área da saúde, busca submete-la às multinacionais que, exploram a dor, o medo e a doença. "Na medida que, "Disease it´s money". Decorre daí os acordos para estabilidade de demanda para indústria fármaco-química."

Portanto, jamais deveríamos aceitar a situação, desconfortável sob qualquer aspecto, principalmente se mantidas as regras eleitorais, onde o profissional médico se apresenta como legislador do usuário de saúde pública. Pura imoralidade. Assim transformamos o Brasil inteiro em ambulatório de qualidade duvidosa, para alegria geral do mercado. 

Uma triste analogia a canção de Cazuza quando a época relacionou o país a um puteiro porque assim se ganha mais dinheiro. Eis.

Claudemir Sereno







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